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O fígado, um dos maiores órgãos no corpo humano, tem sua importância reconhecida pelo homem desde tempos remotos.  Com aproximadamente 2% do peso corporal total de um adulto e responsável por uma lista aparentemente interminável de atribuições complexas e inter-relacionadas, seu funcionamento regular é um dos elementos chave na homeostasia de praticamente todos os sistemas orgânicos. Ainda que dotado de uma reserva funcional extraordinária e uma grande capacidade de regeneração tecidual, diversos fatores e agentes de lesão direta ou indireta do fígado, comumente encontrados no ambiente externo, podem levar a perda maciça da função hepatocitária no momento em que os mecanismos de agravo suplantam as vias de defesa do tecido (ALVES, 2003).

A insuficiência hepática é uma deterioração grave da função hepática. A insuficiência hepática pode ser decorrente de qualquer tipo de distúrbio hepático como, por exemplo, hepatite viral, cirrose e a hepatopatia alcoólica ou medicamentosa. Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado (MERK, 2006).

Insuficiência hepática refere-se a quando todas as funções do fígado se encontram alteradas em maior ou menor grau, quando há dificuldade em desempenhar as funções normais de metabolizar e sintetizar proteínas. Divide-se em aguda ou crônica e cada um em benigna ou maligna.

O desenvolvimento de um estado de insuficiência hepática aguda ou falência fulminante do órgão se dá quando o evento supracitado ocorre num período relativamente curto de tempo diferenciado-o das situações de acometimento crônico com perda gradual da função hepática (ALVES, 2003).

A insuficiência hepática ocorre quando o fígado não tem capacidade de funcionamento que seja adequada para manter as demandas do organismo. A insuficiência hepática é uma situação grave em que o fígado deixa de metabolizar produtos tóxicos, bem como de produzir substâncias que controlam a coagulação. Assim, os pacientes evoluem à confusão mental progressiva que pode chegar ao coma e têm grande risco de sangramentos espontâneos. As causas são variadas, mas podem ocorrer por alguns medicamentos, consumo excessivo de álcool e hepatites virais (SILVA, 2007).

A insuficiência hepática aguda é a alteração aguda e grave da função hepatocelular secundária à citotoxicidade ou colestase. A insuficiência hepática fulminante refere-se à insuficiência hepática aguda complicada por encefalopatia.

A insuficiência hepática aguda (IHA) ocorre quando o fígado sofre uma grande agressão resultando em necrose das células hepáticas. 40% dos casos de IHA são causadas por infecção viral. O vírus da hepatite B é o agente mais comumente associado, podendo provocar a IHA na primeira exposição, depois da reativação de infecção crônica ou na co-infecção com vírus da hepatite D. Os outros agentes que podem causar a IHA são: viral – Hepatite A-E, Herpes simples ou Zóster, Citomegalovívus, Vírus Epstein-Barr; Fármacos – Paracetamol, Álcool, Halotano, Isoniazida, Rifampicina, AINEs; Tóxico – Tetracloreto de carbono (JUNIOR, 2008).

Segundo a Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (2008) a doença hepática crônica,  é uma doença que conduz à destruição do fígado. É também chamada de doença hepática crônica e caracteriza-se pela morte das suas células (necrose), aparecimento de cicatrizes (fibrose) e alteração da sua estrutura (regeneração nodular). Crônica significa que se estende por meses ou anos. O fígado fica com uma consistência muito dura e cheia de nódulos, que são formações arredondadas e salientes.

Fisiopatologia

Segundo Stevens (2002) a insuficiência hepática se desenvolve frente ao dano á maioria dos hepatócitos de modo que a função hepática torna-se criticamente afetada.

Após dano hepático grave como conseqüência de necrose hepatocelular extensa ou dano metabólico. Após choque grave como parte do colapso de múltiplos órgãos, justamente com SARA e insuficiência renal aguda. Como um declínio agudo em doença hepática crônica anteriormente estável, geralmente causada por hepatite crônica ou cirrose.

Diagnostico

Os testes de função hepática: a bilirubina e as transaminases têm importância especial. O hemograma pode mostrar anemia e trombocitopenia. O perfil de coagulação (tempo e atividade de protombina, tempo de tromboplastina parcial) está alterado. As provas de função renal estão alteradas com creatinina elevada e ureia baixa. A glicemia (gliconeogênese defeituosa) está baixa. O ultra-som abdominal mostra o fígado diminuído de tamanho com ecotextura alterada (MERCK, 2007).

Manifestações Clínicas

Uma pessoa com insuficiência hepática costuma apresentar icterícia, tendência para sangrar, ascite, alteração da função cerebral (encefalopatia hepática) e uma saúde precária generalizada. Outros sintomas frequentes são cansaço, fraqueza, náuseas e falta de apetite (MERCK, 2007).

Segundo Jorge (2001) as doenças hepáticas podem manifestar-se de formas muito diversas. Os sintomas particularmente importantes incluem a icterícia, a colestase, o aumento de volume do fígado, a hipertensão portal, a ascite, a encefalopatia hepática e a insuficiência hepática. Para diagnosticar uma doença hepática, o médico toma em conta a descrição que o paciente faz dos seus sintomas e realiza uma exploração física.

De acordo com Alves (2003) as manifestações clínicas por si mesmas já são muito indicativas da existência de uma insuficiência hepática. As análises de sangue mostram uma grave alteração da função hepática.

Tratamento

O tratamento dependerá das causas e das manifestações clínicas específicas. Geralmente aconselha-se uma dieta rigorosa. O consumo de proteínas é cuidadosamente controlado: o excesso pode causar uma disfunção cerebral; a carência provoca perda de peso. O consumo de sódio deve ser baixo para evitar a acumulação de líquido no abdome (ascite). O álcool está completamente proibido, já que poderia agravar a lesão do fígado (MECRK, 2006).

De acordo com Jorge (2001) a monitorização constante das variáveis fisiológicas aliadas a uma rápida capacidade de resposta terapêutica é fundamental no manejo destes doentes já que a somatória de pequenas alterações clínicas iniciais pode, em última instância, culminar com agravamento significativo da situação.

Prognostico

Finalmente, a insuficiência hepática é mortal se não for tratada a tempo, ou então se a causa se agravar. Mesmo com o tratamento adequado, pode ser irreversível. Em casos terminais, o paciente pode morrer por causa de uma insuficiência renal (síndroma hepato-renal), que aparece quando o fígado já não funciona. Um transplante de fígado, se for realizado no momento oportuno, pode restabelecer a saúde, mas este procedimento só está indicado numa minoria de pacientes com insuficiência hepática (MECRK, 2007).

Referências:

ALVES, R.L., Insuficiência Hepática Aguda. Monografia de Conclusão da Residência de Terapia Intensiva do Hospital São Rafael 2002-2003.

Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado – Doença hepática crônica  2008. Disponível em http://www.apef.com.pt/ficheiro/conteudo/pdfs/APEF_05.acesso em maio de 2009.

JUNIOR, A . M. Insuficiência hepática aguda – Encefalopatia hepática. 2008 – Disponível em http://www.medicinageriatrica.com.br/author/admin/, acesso em abril de 2009.

JORGE, S.G. Doenças hepáticas – 2001 disponível em http://www.hepcentro.com.br/biblioteca.htm – acesso em maio de 2009.

MERCK, Distúrbios do Fígado e da Vesícula Biliar – 2007. Disponível em: http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/  Acesso em  abril de 2009.

MERCK Perturbações do fígado e da vesícula biliar  – 2007. Disponível em http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D142%26cn%3D1150, Acesso em maio de 2009.

MERCK – Insuficiência hepática – 2006.  Disponível em http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D142%26cn%3D1150 – acesso em maio de 2009.



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