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Métodos para o exame parasitológico...

Complicações e intercorrências do parto...

O nascimento de Louise Brown, da Inglaterra, em 25 de julho de 1978, a primeira criança concebida após fertilização “in vitro” e transferência de embrião, após nove anos de tentativas mal sucedidas devido à uma obstrução tubária, marcou o início de uma era de extraordinário processo no entendimento e tratamento dos problemas relacionados à fertilização humana. No mesmo ano, na Índia, outro bebê nasceu pelo mesmo processo. Logo, as pessoas começaram a chamar essas crianças de “bebês de proveta”. Em 1981, nasceu o primeiro bebê de tubo de ensaio e o número continuou a aumentar a cada ano. De acordo com os Centros de Controle de Doenças, mais de 48 mil nasceram em 2003 por meio de Tratamento de Reprodução Assistida (99% via FIV).

Fecundação é o processo através do qual um gameta masculino (espermatozoide) perfura as membranas lipoprotéicas do gameta feminino (óvulo) e combina-se com esse formando uma célula diplóide, o zigoto (com dupla carga genética), que em poucas horas inicia seu processo de divisão celular, o que já configura o desenvolvimento do embrião.

Fertilização in Vitro (FIV) é um procedimento no qual se estimula a produção de vários óvulos em um mesmo ciclo, os quais são retirados do corpo da paciente com o auxílio do aparelho de ultra-sonografia transvaginal e estes são fertilizados com o espermatozoide em uma estufa que simula o ambiente da trompa da mulher. Após a fertilização, aproximadamente 48 a 60 horas estas células já fertilizadas, embriões, são transferidos para o útero da paciente na esperança de se iniciar uma gestação. As chances variam em torno de 25% de sucesso por tentativa, com variações que dependem da idade da mulher assim como o fator que originou a infertilidade.

Originalmente, a fertilização in vitro seguida de transferência de embriões (FIV-TE) foi proposta para o tratamento dos casos de infertilidade tubária, ou seja, para aquelas pacientes em que as trompas estavam ausentes ou irreparavelmente obstruídas. O aprimoramento das técnicas de FIV ampliou as suas indicações e permitiu o seu uso para o tratamento da infertilidade de outras etiologias.

Para a operação dar certo, não basta qualquer óvulo ou espermatozoide (genericamente chamados gametas). “Eles são postos à prova em várias etapas do processo e só os gametas com maior chance de fecundar chegam às finais”, afirma o médico Arnaldo Cambiaghi, diretor do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia.

A fertilização in vitro (FIV) é popularmente chamada de “bebê de proveta”. Esse procedimento envolve várias etapas. Na primeira etapa, denominada estimulação ovariana controlada, a paciente recebe drogas indutoras da ovulação para aumentar a produção de óvulos. Em seguida, com o auxílio de uma ultra-sonografia transvaginal, os óvulos são coletados e levados ao laboratório. Paralelamente, os espermatozoides do paciente são preparados em laboratório de modo que, para cada óvulo a ser fecundado, haja cerca de 50 a 100 mil espermatozoides móveis. Na etapa seguinte, totalmente desenvolvida em laboratório, os óvulos e espermatozoides são colocados em um meio especial de cultura para que ocorra a fecundação. Se a fertilização for bem sucedida, dará origem a pré-embriões, que serão transferidos para o útero da paciente em 48, 72 ou até 120 horas após a coleta dos óvulos. Uma vez dentro do útero o pré-embrião transforma-se numa estrutura esférica chamada blastocisto num espaço de tempo que leva de 3 a 5 dias. É nesse momento que acontece a implantação e o início da gravidez. Entretanto, somente depois de passados 12 dias da transferência dos pré-embriões para o útero é que solicitamos o teste de sangue para determinação da presença de gravidez – é a dosagem de beta-HCG no sangue. Um exame positivo com beta-HCG acima de 30 UI/mL é sinal de gravidez evolutiva.

As probabilidades de gravidez variam entre 20 e 35% em mulheres de até 35 anos. A partir dos 40 anos, quando os óvulos já perderam parte da vitalidade, a taxa de gravidez cai para 15%.

Sendo assim, existem três situações para que seja feito o uso das técnicas de fertilização in vitro: pacientes que não tenham ovulação; pacientes que tenham ovulação, mas com uma qualidade hormonal baixa; pacientes com ovulação normal, mas que de acordo com alguns trabalhos científicos, a chance de gravidez em ciclos estimulados é estatisticamente maior que nos ciclos naturais.

Esta prática levanta com um conjunto de problemas jurídicos e éticos: esses embriões, nos primeiros estágios de desenvolvimento, já são seres humanos? Podem ser “doados” para serem implantados no útero de mulher que não pode conceber, mas pode levar a termo uma gestação? Podem ser usados para pesquisa científica e depois destruídos?



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