arrow-down cart
anchor-to-top

O enfermeiro na prevenção da...

Barodontalgia em voo e diagnóstico...

As escolas infantis são instituições criadas para oferecerem condições que propiciem o crescimento e o desenvolvimento equilibrado da criança. É nesse contexto que ganha ênfase a equipe de saúde, que deve estar atenta para prevenir e intervir na saúde do infante(1). A inserção da saúde no ambiente escolar guia a família e a sociedade na assistência às crianças, e na manutenção e obtenção da saúde, baseando-se em orientações ao educando para escolhas seguras e saudáveis. Essa sensibilização às crianças pode repercutir tanto nos seus hábitos como nos de seus pais no ambiente familiar(2).

O Ministério da Educação, em seu programa saúde nas escolas, afirma que a escola é o setor institucional que se beneficia deste encontro da educação e da saúde: espaço para a convivência social e para construção de relações favoráveis à promoção da saúde(3). A prática da educação em saúde no ambiente escolar requer do profissional de saúde, e principalmente de enfermagem, por sua proximidade com esta prática, uma contribuição para que as crianças adquiram conhecimentos claros para o seu pleno desenvolvimento e crescimento e melhorem a sua qualidade de vida.

O processo educativo almejou associar a teoria da educação em saúde prática educativa vivenciada durante a formação acadêmica em enfermagem. A importância de práticas preventivas e educativas para as crianças levou as autoras a realizarem este projeto abordando diferentes temas de promoção da saúde e/ou prevenção de doenças.

Sendo assim, o presente artigo tem como objetivo descrevera experiência positiva da prática da educação em saúde tendo como público alvo as crianças as quais foram ministradas atividades de promoção da saúde e/ou prevenção de doenças em uma escola municipal na cidade de Barbacena, Minas Gerais. O desenvolvimento das atividades educativas foi baseado na metodologia para assistência de enfermagem em saúde coletiva durante estágio curricular.

PERCURSO METODOLÓGICO

Esta é a descrição de um relato de experiência, baseado na metodologia para a Assistência de Enfermagem em Saúde Coletiva II. A atividade educativa foi realizada em uma escola municipal, no interior de Minas Gerais, durante estágio curricular do curso de enfermagem da Universidade Presidente Antônio Carlos –UNIPAC, de abril a julho de 2012. Participaram desta iniciativa quatro alunas do 7º período.

Inicialmente, foi realizada uma visita para reconhecimento e captação da realidade objetiva da escola, onde, em diálogo com a diretora, houve a sugestão dos seguintes temas para serem abordados aos estudantes: lavagem das mãos, cuidados com o couro cabeludo, cuidados corporais, cuidados com a higiene bucal, alimentação saudável, a importância da água, atividade física, animais de estimação. Por se tratar de experiência de ensino-aprendizagem, não houve necessidade da formalização do procedimento de consentimento livre e esclarecido,previsto na Resolução N 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde. De posse dessas informações, seguiu-se a elaboração do plano de atividades educativas contendo assunto, objetivos, conteúdo, metodologia, recursos audiovisuais e avaliação da aprendizagem. Os pais foram avisados sobre o projeto por meio de um informativo para casa, no qual assinaram autorizando o desenvolvimento do trabalho. As atividades educativas ocorreram com todas as crianças matriculadas com faixa etária de 4 a 10 anos nos períodos matutino e vespertino.Utilizando-se de materiais didáticos, foram elaboradas estratégias para que a atividade fosse dinâmica e envolvente, sendo o tempo oportunizado para que houvesse a participação de todas as crianças. As atividades educativas foram ministradas na biblioteca da escola e na quadra de esportes para realização de algumas dinâmicas, os quais caracterizaram sob a forma de desenhos, musicas, dinâmicas com balão e tintas. Todas as atividades duraram em torno de 35 minutos.

Realizou-se uma avaliação junto à direção da escola sobre o impacto que a atividade proporcionou nos alunos, por meio de um questionário e um bate papo com pontos positivos e negativos da oficina.

RESULTADOS E CONTRIBUIÇÕES

As ações de promoção da saúde na infância ampliam conhecimentos e habilidades para o autocuidado e bem-estar da saúde, bem como na prevenção de condutas de risco, proporcionando melhor qualidade de vida para as crianças e a família(4).

Dessa forma, a escola, como um ambiente inserido em todas as dimensões do aprendizado, deve oferecer oportunidades de crescimento e desenvolvimento em um ambiente saudável e com a participação dos setores da saúde e educação, da família e da comunidade. A inserção da saúde no ambiente escolar guia a família e a sociedade para a assistência às crianças, além da manutenção e obtenção da saúde, baseando-se em orientações ao educando para escolhas seguras e saudáveis. Essa sensibilização às crianças pode repercutir tanto nos seus hábitos como no de seus pais no ambiente familiar(2).

O ambiente escolar é um local favorável à propagação de várias doenças infecciosas próprias da infância, cuja incidência é agravada pela idade, pela baixa imunidade, tamanho do grupo, hábitos de higiene e grau de contato íntimo entre crianças, É nesse contexto que ganha ênfase a equipe de saúde que deve estar atenta para prevenir e intervir, em qualquer situação que traga consequências desfavoráveis à saúde da criança(1).

Durante os encontros, observou-se carência de informações e/ou conhecimentos errôneos sobre higiene, a forma de contato da pediculose, por exemplo, foi um dos temas que mais ocasionou erros, o que cabe, entre outras atribuições, a esse espaço de educação, educar e cuidar da saúde da criança para o seu pleno crescimento e desenvolvimento. Esta medida favoreceu a melhoria do bem-estar do infantil, escola e família.

Ocorreu, em alguns momentos das atividades, dificuldade das discentes em estabelecer silêncio e despertar a atenção das crianças, mas com o auxílio dos educadores as práticas educativas puderam ser desenvolvidas com tranquilidade. Observou-se também que, para envolver a atenção dos infantes, foi preciso músicas, vídeos e dinâmicas. Quando a informação era exibida apenas com a fala, a dispersão era maior.

Os objetivos propostos foram alcançados de maneira satisfatória, pois houve uma mudança de atitude por parte dos alunos e da escola com relação aos temas abordados. Realizou-se uma avaliação junto à direção da escola sobre o impacto que a atividade proporcionou aos alunos,o qual se efetuou positivamente.

O profissional de saúde precisa ser capaz de identificar os níveis de suas ações no processo educativo, refletindo a necessidade de se desvincular da sua prática assistencial, colocando-se como educador justamente pela ação recíproca da reflexão das pessoas, entendendo que ele não é o dono do saber e sim um cooperador deste processo transformador.

CONCLUSÃO

A partir da realização das oficinas, foi observado que a estratégia adotada consolidou uma medida eficaz de intervenção no processo saúde-doença, estabelecendo uma prática educativa satisfatória. As discentes afirmam que estas oficinas são extremamente válidas para integração dos saberes entre educadores e profissionais da saúde, na luta por um processo educativo em saúde que valorize o cuidar e o educar na infância.

Com base neste estudo, novas estratégias devem ser incentivadas e implementadas no sentido de estabelecer o cuidado continuado a estudantes desse grupo e a objetividade das ações com a participação da família, uma vez que ela representa fator primordial na promoção de saúde de escolares.

REFERÊNCIAS

Oliveira PR. O papel do enfermeiro no processo educativo em saúde na educação infantil: concepções de educadores e enfermeiros. [dissertação de mestrado]. Cuiabá: Universidade Federal de Mato Grosso; 2013.

Alvarenga WA, Silva MEDC, Silva SS, Barbosa LDCS. Ações de educação em saúde realizadas por enfermeiros na escola: percepção de pais. Rev Min Enferm 2012; 16: 522-527.

Brasil. Ministério da Educação, Programa Saúde nas Escolas:2009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=14578:programa-saude-nas-escolas&Itemid=817 Acesso em: 20 jun. 2014.

Gonçalves FD, Catrib AMF, Vieira NFC, Vieira LJES. A promoção da saúde na educação infantil. Interface Comunic SaúdeEduc 2008; 12:181-92.

Autora: Giovanna Rici Coelho de Oliveira.



> <