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Sindrome de Burnout nos Servidores...

Negociação na enfermagem

A infecção caracteriza um quadro de invasão do organismo por microrganismos estrangeiros, que se esforçam para tomar conta deste espaço, usando para isso os próprios meios encontrados no corpo prestes a ser colonizado. Isto traz consequências muito negativas para o hospedeiro, que vê seu mecanismo de funcionamento afetado pela presença destes agentes destruidores, os quais podem provocar inúmeras enfermidades. Normalmente a área atingida responde com um processo inflamatório.

Esta propagação de agentes infecciosos pode, em um exame clínico, passar despercebida ou causar danos às células atingidas, seja por conta de um metabolismo competitivo, da proliferação de toxinas, de um mecanismo de duplicação do material genético contido no interior das células, ou devido à maneira como os antígenos provocarão a formação de anticorpos. Alguns destes seres são os vírus, as bactérias, os fungos, os protozoários e os helmintos, os quais desenvolvem uma espécie de convivência com o hospedeiro, conhecida como parasitismo.

A infecção hospitalar é um agravo importante da nossa realidade que pode causar risco a saúde do paciente, maior tempo de internação hospitalar gerando mais custos a empresa e mantendo hospitais lotados.As principais causas da Infecção Hospitalar são: esterilização e desinfecção inadequada dos artigos e equipamentos, quebra nas rotinas de limpeza do hospital, quebra dos procedimentos de rotina da enfermagem e médica.

Neste sentido, o presente estudo tem como tema o Controle da infecção hospitalar. A pergunta norteadora refere-se ao fato de que pacientes e familiares, não são devidamente informados e instruídos sobre o controle da infecção em ambiente hospitalar, e que a falta da informação correta faz com que novos casos aconteçam, pondo em risco a saúde do paciente que por estar hospitalizado encontra-se de certa forma vulnerável.



A delimitação do estudo propõe informar pacientes, familiares e profissionais da saúde sobre as formas de prevenção da infecção hospitalar através da elaboração de um manual de orientação destinado a eles.  Em relação às hipóteses do presente estudo, suspeito que pacientes familiares e profissionais da saúde não estão sendo devidamente informados sobre as causas que podem aumentar o risco de proliferação da infecção em ambiente hospitalar. Suspeita-se também que a falta de lavagem de mãos ou a lavagem inadequada pode sim, aumentar o risco de infecção entre pacientes. Acredita-se que os familiares não conhecem os diferentes tipos de isolamentos e porque seu familiar está isolado dos outros pacientes.

O presente estudo se justifica na medida em que, se houver um maior esclarecimento do familiar sobre as formas de transmissão de microrganismos, os mesmos poderão ser controlados e como beneficio direto, haverá um controle mais efetivo sobre as infecções.

Nesta abordagem, o objetivo geral do estudo foi elaborar, através de uma revisão sistemática da literatura, um manual de orientação sobre o controle de infecção hospitalar (CIH) para pacientes e familiares e profissionais da saúde que trabalham diretamente com estes pacientes. Como objetivos específicos buscaram-se:

– Identificar literaturas dos últimos dez anos que falam sobre controle de infecção hospitalar.

– Categorizar as informações obtidas.

– Elaborar os manuais.

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

INFECÇÃO HOSPITALAR

Segundo o Ministério da Saúde, a infecção hospitalar é definida como aquela adquirida após a internação do paciente e se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. (BRASIL, 1998).

A grande maioria das infecções hospitalares é causada por um desequilíbrio da relação existente entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do hospedeiro.Isso pode ocorrer devido à própria patologia de base do paciente, procedimentos invasivos e alterações da população microbiana, geralmente induzida pelo uso de antibióticos. (PEREIRA et al, 2005)

Ainda conforme os autores acima, nesta cadeia epidemiológica o elo mais importante é o hospedeiro, pois alberga os principais microrganismos que na maioria dos casos desencadeiam processos infecciosos. A patologia base favorece a ocorrência da infecção hospitalar por afetar os mecanismos de defesa anti-infecciosa: grande queimado, acloridria gástrica, desnutrição, deficiências imunológicas, bem como o uso de alguns medicamentos e os extremos de idade. (PEREIRA et al2005).

Pereira et al 2005, ainda destaca que nos pacientes gravemente enfermos a infecção hospitalar costuma manifestar-se com maior intensidade, devido à realização de procedimentos invasivos ou imunossupressores a que o doente foi submetido. Algumas infecções hospitalares são evitáveis outras não. Infecções preveníveis são aquelas que se podem prevenir, ou seja, interferir na cadeia de transmissão dos microrganismos. A interrupção dessa cadeia pode ser realizada por meio de medidas reconhecidamente eficazes como, por exemplo, a lavagem das mãos, a utilização dos equipamentos de proteção individual e a observação das medidas de assepsia.

O autor destaca ainda que as infecções não preveníveis são aquelas que ocorrem mesmo com todas as precauções adotadas, como pode ser constatado em pacientes imunologicamente comprometidos, originarias a partir da sua microbiota normal.

COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR- CCIH

A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) tem como objetivo manter os índices de infecção nos valores considerados aceitos pelo Ministério da Saúde, seguindo rigorosamente normas e portarias específicas da Vigilância Sanitária, promovendo ações de prevenção às infecções. Mantendo assim a qualidade dos serviços oferecidos à população e segurança de seus pacientes. Inspecionando também as condições de trabalho de todos ambientes do hospital como o centro cirúrgico, emergência, farmácia e atendimento ambulatorial, bem como também nas áreas de apoio como o serviço de higiene hospitalar e realizando auditorias nos prestadores de serviço como lavanderia e laboratório. O trabalho de controle não envolve apenas a comissão, mas toda equipe do hospital. (BRASIL, 1998).

Tipos de precauções

Segundo o manual do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar – SCIH (ANVISA, 2010), os tipos de precauções foram divididos conforme as necessidades de cada paciente, cada microrganismo, sendo que cada classe tem seus cuidados específicos que devem ser tomados, para que seja evitado o aumento da infecção hospitalar.

– Precauções de Contato, esse tipo de precaução deve ser usado em todos os pacientes, indiferentes de estarem em isolamento ou não, tendo como objetivo prevenir a disseminação de doenças e infecções de transmissão por contato também se destinam nas situações de suspeita ou confirmação de doença ou colonização por microrganismos multirresistentes. Nesse caso o paciente fica em um quarto privativo, o uso de luvas e aventais é obrigatório, o transporte desse paciente deve ser evitado, quando necessário, o profissional deve manter todas as precauções de contato durante o trajeto desse paciente, artigos e equipamentos devem ser de uso exclusivo do paciente incluindo termômetro, esfigmomanômetro, devem ser limpos diariamente e desinfetados após a alta do paciente. (ANVISA 2010)

– Precauções Respiratórias por Gotículas, a transmissão por gotículas ocorre através do contato próximo com o paciente. Gotículas de tamanho considerado grande (>5 micras) são eliminadas durante a fala, respiração, tosse, e procedimentos como aspiração. Atingem até um metro de distância, e rapidamente se depositam no chão, cessando a transmissão. Portanto, a transmissão não ocorre em distâncias maiores, nem por períodos prolongados. Exemplos de doenças transmitidas por gotículas: Doença Meningocócica e Rubéola.(ANVISA, 2010)

O quarto do paciente deve ser privativo com porta fechada, preferencialmente devera dispor de sistema de ventilação com pressão negativa e filtro de alta eficácia é obrigatório o uso de máscaras comuns e individual, para todas as pessoas que entrarem no quarto, sendo desprezado na saída do quarto, o transporte também deve ser evitado, quando for necessário, o paciente deverá sair do quarto utilizando mascara comum (tipo cirúrgico). E obrigatório o uso de máscara tipo PFF2 – Peça Facial Filtrante II (Máscara N95) por todo profissional que prestar assistência ao paciente, devendo ser colocada antes de entrar no quarto e retirada somente após a saída, podendo ser reaproveitada pelo mesmo profissional enquanto não estiver danificada. (ANVISA, 2010).

– Microrganismos multirresistentes, este tipo de precaução tem como objetivo estabelecer qual o perfil de sensibilidade bacteriana para os microrganismos de flora interna caracterizando-os como multirresistentes, estabelecer diretrizes para prevenção da disseminação de microrganismos multirresistentes. (ANVISA, 2010)

Para os pacientes com esses tipos de bactérias multirresistentes são necessários alguns cuidados, quarto privativo (priorizar os pacientes que de alguma maneira possam estar transmitindo facilmente estes agentes), manter distância entre os leitos (min. 3 pessoas), realizar a troca da paramentarão entre o atendimento aos pacientes, evitar acomodação no quarto de pacientes que possam ter evolução mais grave diante de infecções, internar com pacientes de baixo risco de aquisição e complicação e de provável internação curta, instituir Precauções de Contato por tempo não definido. (ANVISA, 2010)

O uso de luvas também é obrigatório para qualquer contato com o paciente ou seu leito, trocar as luvas entre procedimentos diferentes no mesmo paciente, descartar as luvas no próprio quarto e lavar as mãos imediatamente com antisséptico degermante (clorexidina ou triclosan), na falta deste usar sabão liquido, usar o avental sempre que houver possibilidade de contato das roupas do profissional com o paciente, com seu leito ou com material infectante se o paciente apresentar diarreia, ileostomia, colostomia ou ferida com secreção não contida por curativo, o avental passa a ser obrigatório ao entrar no quarto, cada profissional deve utilizar um avental individual descartável para cada paciente em isolamento, identificado com seu nome, que será dispensado ao final do plantão, ou antes, se houver sujeira visível, na impossibilidade da utilização do avental descartável, os aventais de tecido para uso comum (coletivo) deverão ser substituídos ao final de cada plantão, ou antes, nos casos em que houver sujidade visível, os aventais deverão ficar disponíveis no cabideiro na antecâmara dos quartos de isolamento, ou na falta desta, dentro do quarto de isolamento próximo a porta de entrada.(ANVISA 2010).

Os equipamentos são todos de uso exclusivo para o paciente, incluindo termômetro, estetoscópio e esfigmomanômetro devem ser limpos diariamente e desinfetados (ou esterilizados) após a alta, estes pacientes também devem evitar serem transportados, quando necessário, o profissional devera seguir as precauções de contato durante todo o trajeto para qualquer contato com o paciente. (ANVISA 2010).

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

Visando o melhor funcionamento do controle da infecção, o enfermeiro tem papel fundamental no serviço da CCIH, tendo como prioridades as seguintes funções:

– Reduzir a incidência e gravidade das infecções hospitalares;

– Aprimorar o processo de atendimento e seus resultados;

– Estimular a aderência dos profissionais do hospital ao programa de controle de infecção;

– Estabelecer o padrão epidemiológico das infecções hospitalares;

– Realizar investigação epidemiológica de surtos hospitalares;

– Estar de acordo com organismos reguladores;

– Defender contra ações de má prática profissional;

– Validar o sistema de vigilância;

– Estimular o desenvolvimento de pesquisas;

– Comparação de resultados entre hospitais. (FERNANDES, dni)

MATERIAIS E MÉTODOS

TIPO DE ESTUDO

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, baseada em Polit e Beck (2011). Segundo os autores a pesquisa qualitativa é flexível, capaz de se ajustar ao que será descoberto durante o curso da coleta de dados.

Segundo Polit e Beck (2011), a pesquisa consiste em uma investigação sistemática, que usa métodos para responder as perguntas e solucionar problemas. Seu objetivo final é desenvolver, refinar e expandir um corpo de conhecimentos. A pesquisa em enfermagem é uma investigação sistemática, destinada a obter dados confiáveis sobre temas importantes para a profissão, incluindo prática, ensino, administração e informatização.

Conforme Mendes (2008), para revisão sistemática da literatura é necessário realizar seis etapas:

A primeira etapa propõe a definição do tema e a formulação da hipótese ou questão norteadora da pesquisa que apresente relevância para a saúde e enfermagem.

Na segunda etapa são estabelecidos os critérios de inclusão e exclusão de estudo, buscando a amostragem e busca na literatura, uma vez que a abrangência do assunto a ser estudado determina o procedimento de amostragem.

Na terceira etapa é contemplada a definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados, tendo como objetivo organizar e sintetizar as informações de maneira concisa, formando um banco de dados de fácil manejo.

Na quarta etapa é realizada a avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa, sendo de forma critica, procurando explicações para os resultados diferentes ou conflitantes nos estudos.

Na quinta etapa é realizada a interpretação dos resultados, onde a mesma corresponde à fase de discussão dos principais resultados da pesquisa.

Na sexta etapa é realizada a apresentação dos resultados da revisão, onde deve incluir informações suficientes que permitem ao leitor o bom entendimento dos procedimentos empregados na elaboração da revisão.

UNIVERSO DE PESQUISA

Este estudo foi realizado através de uma revisão bibliográfica, baseada em literaturas como livros, artigos e manuais, sendo uma leitura atenta e sistemática. Tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições cientificas e disponíveis dos últimos dez anos sobre o tema Controle de Infecção Hospitalar.

Os critérios de inclusão e exclusão dos materiais para estudo foram:

– Publicações dos últimos 10 anos;

– Textos em língua portuguesa;

– Selecionados nas bases de dados: Scielo, BVS, Bireme e CAPES.

Para a coleta dos dados, inicialmente selecionou-se as palavras chaves “infecção hospitalar”, “enfermagem”, “precauções” e “lavagem de mãos” para a pesquisa. O refinamento dos textos contemplou: textos completos, em língua portuguesa, nos últimos 10 anos (2004 a 2014). Após a averiguação dos critérios de inclusão, leu-se o título do artigo e o resumo. Caso os textos contemplassem os objetivos do presente estudo, foi realizada a leitura integral do artigo, bem como as devidas marcações.

ANÁLISE DOS DADOS

A análise das informações deu-se por meio do método de análise de conteúdo que consiste em um conjunto de técnicas que visa à obtenção, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadoras (quantitativas ou não), que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/percepção (variáveis inferidas) destas mensagens (BARDIN, 2004).

A análise de pesquisa, segundo Bardin, (2004) propõe três etapas na construção dos resultados: pré-análise, exploração do material e resultados. Na pré-análise, ocorre a organização do material coletado e, em seguida, efetua-se a leitura repetida, chamada leitura flutuante a fim de adquirir mais intimidade com o material de pesquisa. Na fase de exploração do material, começa-se a transformar as informações em codificações específicas, nas quais foram definidas as categorias para o desenvolvimento da pesquisa. A transcrição das informações deu-se nas duas etapas descritas acima, o que facilitou o processo de pré-análise com leituras flutuantes, as quais auxiliaram a nortear novas hipóteses e novos rumos da pesquisa, buscando assim qualificar ao máximo as informações adquiridas pelo material selecionado. (BARDIN, 2004).

O MANUAL EDUCATIVO

O manual educativo tem a finalidade propor um novo conhecimento para a equipe de saúde, pacientes e familiares, abordará aspectos relacionados ao controle de infecção hospitalar durante a internação do paciente. A elaboração do manual educativo é um importante recurso de ensino que tem como finalidade controlar a infecção hospitalar através de orientações juntamente com pacientes, familiares e profissionais de saúde. A ideia surgiu a partir da necessidade de informações sobre como controlar a IH, a partir dessa necessidade então foi criado o manual educativo e informativo para pacientes, familiares e profissionais da saúde, de maneira descontraída e ilustrativa, tendo assim uma maior atenção e envolvimento durante as orientações.

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Após a escolha das palavras chaves e das bases de dados, foram selecionados 21 artigos, 6 manuais da ANVISA e 1 portaria,  por conterem informações pertinentes ao tema. Os materiais foram lidos na integra e realizada as marcações textuais, que propiciaram a elaboração das categorias analíticas.Após a identificação dos materiais, a seleção da amostra final constituiu-se de 12 artigos, 6 manuais da ANVISA e 1 portaria do Ministério da Saúde.

Os materiais foram divididos em seis categorias com suas respectivas subcategorias descritas a seguir:

Na categoria 1 foi encontrada 1 subcategoria que traz a tona a problemática da IH como um problema de saúde pública que merece atenção e controle de todos. Os textos pesquisados destacam essa problemática justamente por ter um impacto importante na morbimortalidade, o tempo de internação e os gastos com procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Oliveira, Cardoso e Mascarenhas (2010), acrescentam a isso as repercussões para o paciente, sua família e a comunidade tal como o afastamento da vida social e trabalho, com consequente comprometimento social, psicológico e econômico.

Moura et al (2007), enfoca que a problemática da IH no Brasil, cresce a cada dia considerando que o custo do tratamento dos clientes com IH é 3 vezes maior que os clientes sem infecção. O autor exemplifica esta crescente problemática através de estudos realizados nos 5 hospitais de referencia  de Teresina – PI, onde os mesmos apresentaram uma taxa de prevalência de 27,9% de IH, ou seja, mais do que a prevalência registrada em nível nacional.

CATEGORIA 2: DEFINIÇÕES

A categoria 2 apresenta 4 subcategorias: Infecção hospitalar, precaução padrão e lavagem das mãos e riscos de IH. Em relação a IH, os autores tem definições semelhantes, porem alguns são mais específicos, o que facilita o entendimento.

Segundo Padrão et al (2010), Moura et al (2007) e Pereira et al (2005), definem IH como aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifesta durante a internação, ou após a alta, quando se relacionar com a internação ou procedimentos hospitalares. Já Nogueira et al (2009), acrescenta que é toda aquela relacionada a hospitalização, assim considerada quando o período de incubação do patógeno causador da infecção for desconhecido e não houver evidência  clinica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, ou surgimento de qualquer manifestação clinica de infecção a partir de 72 horas após a admissão do paciente.

Por sua vez, Aguiar, Lima e Santos (2008), destacam que IH podem ser definidas como as infecções que ocorrem em pacientes durante a hospitalização, com diagnóstico confirmado por exames clínicos e de laboratório.

Diante do exposto, fica claro que a IH é definida pela hospitalização, que sua comprovação ocorre através de exames laboratoriais, portanto é função da equipe perceber qualquer alteração no estado do paciente, seja ele comportamental, emocional ou física, observar em pacientes pós-cirúrgicos manifestações clínicas, como algia, febre, rubor no local da incisão, observar secreções, bem como odor e quantidade.

Conforme Aguiar, Lima e Santos (2008), são denominadas precauções padrão (PP) os procedimentos que devem ser adotados em estabelecimentos de saúde durante a assistência a qualquer paciente com processo infeccioso e ou suspeita de contaminação, objetivando reduzir o risco de transmissão de microrganismos de fontes de infecção, sejam elas conhecidas ou não. São consideradas precauções padrão o uso de equipamentos de proteção individual (máscaras, luvas, avental, óculos protetores e escudo facial), vacinas e, principalmente, a mais antiga e mais eficiente, a lavagem das mãos com água e sabão.

Melo et al (2006) diz que as PP incluem as medidas de lavagem das mãos, de barreiras (luvas, avental, gorro, máscara), cuidados com artigos, equipamentos e roupas utilizados durante a assistência, controle de ambiente, descarte adequado de material perfurocortante e acomodação do paciente conforme o nível de exigência.

A higienização das mãos é reconhecida mundialmente, como uma medida primária, mas muito importante no controle de infecções relacionadas a assistência a saúde. Sendo assim, tem sido considerada como um dos pilares da prevenção e controle de infecção dos serviços de saúde, incluindo aquelas decorrentes da transmissão cruzada de microrganismos multirresistentes. As mãos são consideradas as ferramentas principais dos profissionais que atuam na área da saúde, pois são executoras das atividades realizadas. Assim, a segurança do paciente nesses serviços depende da higienização cuidadosa e frequente das mãos desses profissionais. (ANVISA 2010).

Padrão et al(2010) diz que o risco de IH está diretamente relacionado a gravidade na doença, as condições nutricionais dos pacientes, a natureza dos procedimentos diagnósticos ou terapêuticos, ao tempo de internação, dentre outros. Dessa forma um numero elevado de IH tem relação direta com o aumento da morbidade e mortalidade, maiores custos relacionados a internação e o crescimento de organismos multirresistentes.

CATEGORIA 3: FORMA DE TRANSMISSÃO

Aguiar, Lima e Santos (2008), dizem que vários fatores podem influenciar na ocorrência das infecções hospitalares, tais como a fonte de infecção, o agente infeccioso, a via de transmissão, a susceptibilidade do hospedeiro no meio ambiente. Temos como fontes imediatas de microrganismos infecciosos no hospital as pessoas, ou seja, funcionário do hospital, visitantes e pacientes que tenham doença clinica, portadores assintomáticos.

Aguiar, Lima e Santos (2008), dizem também que os microrganismos podem ser transmitidos dentro do ambiente hospitalar, por uma das quatro vias de transmissão: contato, ar, veículo comum e vetor. Mais de uma via pode servir as vezes de forma de transmissão do agente patogênico durante um único episodio e esse mesmo agente pode ser transmitido por diferentes vias em diferentes ocasiões.

Uma das maiores formas de transmissão IH é pelas mãos. Segundo Oliveira, Cardoso e Mascarenhas (2010) a aquisição de microrganismos ocorre, geralmente, a partir da transmissão pelo contado das mãos do profissional com os pacientes e pelo contato direto do paciente com o material ou o ambiente contaminado. Assim a disseminação de microrganismos pode favorecer o aumento de infecções e de colonização dos pacientes. Esta disseminação ocorre como consequência de importantes fatores, tais como o uso excessivo, indiscriminado e muitas vezes inadequados de antibióticos e a baixa conformidade da equipe assistencial com as recomendações de controle de infecção.

Conforme descrição dos autores acima, a maior forma de transmissão ainda é por contato, a disseminação dos microrganismos ocorrem principalmente pelas mãos dos familiares e dos profissionais da saúde. Evidentemente que a susceptibilidade do paciente, idade, imunização e tipo de doença também são fatores muito importantes e que contam muito nos casos de IH.

CATEGORIA 4: FORMAS DE PRECAUÇÃO

Na categoria 4 foram encontradas 4 subcategorias destinadas aos tipos de precauções, Oliveira, Cardoso e Mascarenhas (2010) descrevem que em relação as IHs, é necessário difundir o conhecimento dos mecanismos de transmissão e incentivar o comportamento positivo relacionado as diretrizes de isolamento e precauções propostas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Essas diretrizes têm como finalidade minimizar o risco de transmissão de microrganismos de paciente colonizado/infectado para outros pacientes ou profissionais da saúde. Nelas são contemplados dois níveis de precauções, o denominado padrão e as baseadas nas vias de transmissão: gotículas, aerossóis e contato.

Melo (2006) et al relata que as  precauções padrão incluem as medidas de lavagem de mãos, uso de barreiras( avental, luvas, gorro, mascara), cuidado com artigos, equipamentos e roupas utilizados durante a assistência, controle de ambiente ( protocolos de processamento de superfícies, manejo dos resíduos de serviço de saúde), descarte adequado de material perfurocortantes e acomodação do paciente, conforme nível de exigência, enquanto fonte de transmissão de infecção.

CATEGORIA 5: IMPORTÂNCIA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO CONTROLE DA IH

Na categoria 5 encontram-se 2 subcategorias que falam da importância da equipe de enfermagem em controle de IH e das funções do CCIH propriamente dito, para que haja um controle assíduo da IH é necessário que toda a equipe de profissionais da saúde esteja engajada no mesmo objetivo, Aguiar, Lima e Santos (2008), dizem que para esse objetivo seja alcançado, é necessário que os métodos sejam adotados antes mesmo da internação do paciente, através da melhoria das condições sanitárias, do aumento dos serviços básicos da saúde e do tratamento da doença em tempo hábil, a fim de evitar as internações desnecessárias.

Desta forma, cabe ressaltar que os controladores da infecção tem a responsabilidade de instituir a politica institucional para prevenir e controlar a infecção, porem, o sucesso do programa depende do envolvimento de todos os profissionais que atuam na prestação da assistência hospitalar. De nada adianta o conhecimento do fenômeno e das medidas preventivas, se quem presta assistência não as adota no seu fazer profissional. A enfermagem, através do cuidado prestado, integra o trabalho dos demais profissionais, possibilitando incrementar esta politica institucional de CIH.

Fernandes e Fernandes (ano) descreve as responsabilidades do enfermeiro no CCIH:

– Reduzir a incidência e gravidade das IH;
– Aprimorar o processo de atendimento e seus resultados;
– Estimular a aderência dos profissionais do hospital ao programa de controle do IH;
– Estabelecer o padrão epidemiológico dos IH;
– Realizar investigação epidemiológica de surtos hospitalares;
– Estar de acordo com organismos reguladores;
– Defender contra ações de má pratica profissional;
– Validar o sistema de vigilância;
– Estimular o desenvolvimento de pesquisa;
– Comparação de resultados entre hospitais.

O autor descreve ainda que evidentemente, o principio fundamental de uma CCIH é manter a IH sob controle, para isso é criado um sistema de vigilância epidemiológica para definir o perfil dessas infecções na instituição, coletando, consolidando, analisando, interpretando e divulgando informações com finalidade de entender sua cadeia epidemiológica e instituir medidas profiláticas. Esta finalidade se desdobra na obtenção de índices endêmicos, identificação e controle de surtos, definições de informações a equipe para envolvê-la nas ações preventivas.

Segundo o autor, não há um modelo geral que possa ser automaticamente implantado em todos os hospitais. Cada instituição deve organizar um sistema de vigilância adequado a realidade, considerando sua estrutura, recursos e prioridades. A equipe de controle deve estar atualizada para sempre saber adequar sua metodologia para obter os melhores resultados.

CATEGORIA 6: IMPORTÂNCIA DO FAMILIAR

A categoria 6 fala sobre a importância do familiar e do paciente para o controle IH. Rabelo e Souza (2009) descrevem em seu artigo, um estudo sobre o conhecimento apreendido pelo familiar/acompanhante acerca da precaução de contato. Percebe-se através do estudo uma necessidade emergente de esclarecer e informar adequadamente tantos os pacientes quanto seus familiares/acompanhantes, pois estas dúvidas podem gerar angustias e muitas vezes ações inadequadas, como por exemplo, a interação paciente em sistema de precaução de contato com outras pacientes doentes.

Os autores destacam que a informação sobre o que seria precaução de contato, o que pode e o que não pode ser feito durante esse período, e as medidas preventivas devem ser informadas pela equipe de enfermagem e os médicos durante o período de internação. (RABELO E SOUZA, 2009).

Os autores falam ainda que as normas relativas ao controle de infecções aplicáveis aos visitantes enfatizam dois aspectos: práticas que reduzem o risco ou impedem a infecção de visitantes e educação e monitoramento das atividades que impedem que visitantes infectem os pacientes. Diante disso, percebe-se que o familiar/acompanhante tem necessidade de informações sobre a situação do paciente que está internado, muitos familiares até perguntam, outros por confiarem na equipe esperam que as devidas informações lhes sejam repassadas. (RABELO E SOUZA, 2009)

Rabelo e Souza (2009) descrevem ainda que todo o contato que a enfermeira tem com o usuário da saúde, estando a pessoa doente ou não, deveria ser considerado uma oportunidade de ensino de saúde.

MANUAL EDUCATIVO

A partir das informações adquiridas durante o desenvolvimento do trabalho, elaborou-se o manual educativo, contemplando as informações necessárias através das categorias encontradas.

Para compor a capa e contracapa, optou-se por utilizar imagens e descrições simples e de fácil entendimento que identifiquem o manual. A carta ao leitor tem por objetivo trazer à tona a discussão sobre controle de infecção hospitalar, já que é comum em ambiente hospitalar e, portanto pacientes, familiares e profissionais da saúde devem estar preparados para o cuidado com os pacientes durante a internação hospitalar.

No primeiro capitulo trata-se de IH como um problema de saúde publica, que merece atenção e controle de todos. Os textos pesquisados destacam essa problemática justamente por ter um impacto importante na morbimortalidade, o tempo de internação e os gastos com procedimentos diagnósticos e terapêuticos. No segundo capitulo trata-se sobre as definições de infecção hospitalar, precaução padrão, lavagem de mãos e riscos de infecção hospitalar, que através de estudos pode-se definir cada um dos itens acima descritos.

No capitulo terceiro trata-se de formas de transmissão que segundo os autores podem ser por uma ou varias vias de transmissão, sendo que a susceptibilidade do paciente é a principal forma de transmissão. No capitulo quarto trata-se das formas de precaução, que segundo o Ministério da Saúde, precaução padrão deve ser usada em todo o paciente estando ele em isolamento ou não.

No quinto capitulo fala sobre a importância da equipe de enfermagem no controle da IH, que conforme os autores descrevem, toda a equipe de enfermagem deve estar unida num único proposito que é o de evitar a IH. O sexto capitulo descreve a importância do familiar para o controle da infecção hospitalar, sendo este um importante aliado no controle da IH.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final do estudo, percebe-se que a literatura aponta para a importância do Controle da infecção hospitalar como uma forma de prevenção, a fim de reduzir o máximo a IH, tendo em vista que a IH ocorre não somente durante a internação, mas sim após a alta do paciente onde o mesmo já está em casa sob os cuidados da família. O tema ‘‘Controle de Infecção Hospitalar” Orientações aos Pacientes, Familiares e Profissionais da Saúde deve ser considerado de grande importância para todos pacientes, familiares e profissionais da saúde como uma forma de esclarecimento das dúvidas e orientações sobre como combater a IH. Como intervenção, a base será na educação, na modificação dos hábitos durante a internação hospitalar e no cumprimento das normas propostas pelo SCIH.

Familiares e pacientes orientados sobre os cuidados para evitar a IH, juntamente com a equipe de profissionais da saúde treinada podem auxiliar no combate a IH. Neste contexto, a enfermagem surge como mediadora no processo de aprendizagem. Ressalta-se que o enfermeiro tem um papel fundamental no controle da IH, atuando como educador no hospital e na comunidade em geral.

Depois de finalizada a pesquisa, é possível concluir que a falta da educação continuada para profissionais da saúde e de material educativo para pacientes e familiares no controle a IH, faz-se com que novos casos de IH surjam.

Através do estudo concluiu-se que há uma grande necessidade de mais educação continuada para os profissionais da saúde e mais informações para familiares, o que reflete diretamente no cuidado com o paciente tanto em âmbito hospitalar como após sua alta, no conforto da sua casa. Portanto, é de grande valida realizar estudos que voltem para as situações no controle da IH, já que a IH, ocorrem também num período onde o paciente já não está mais no hospital e sim na sua casa aos cuidados de seus familiares.

Enquanto enfermeiros devemos orientar pacientes, familiares e profissionais da saúde para prevenção a IH, educação em saúde, a importância da lavagem das mãos para evitar a disseminação das bactérias, o uso das PP para todos os pacientes em âmbito hospitalar. Sugerem-se ainda que sejam realizados novos estudos que aprofundem e relacionem os fatores de risco para a IH, as causas da IH, como o familiar pode contribuir para diminuir a IH, tendo como objetivo a produção de mais informações que demonstrem de forma efetiva a dimensão do problema. É preciso demonstrar em forma de ações educativas a importância do profissional da saúde e do familiar no controle da IH, durante o tempo de internação e após sua alta também.

REFERÊNCIAS

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Autoras:

– Joelma Zembruski (Acadêmica de Enfermagem. Faculdade CNEC de Bento Gonçalves);

– Zuleica Regina Aléssio Orso (Enfermeira. Mestre em Gerontologia Biomédica. Docente do curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade CNEC de Bento Gonçalves).



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